Conexão com a natureza em estudantes e docentes de escolas municipais de educação básica em Canoas, Brasil

Autores

DOI:

https://doi.org/10.21615/cesp.7719

Palavras-chave:

Conexão com a natureza, Psicologia ambiental, Educação básica, Educação ambiental

Resumo

O contato entre pessoa-natureza deve ser fomentado desde a infância, uma vez que promove inúmeros benefícios para a saúde física e mental, desenvolve habilidades e vínculos sociais, exercita a criatividade, otimiza e facilita o processo de aprendizagem e estimula a prática de comportamentos ecológicos. Este estudo teve como objetivo compreender como estudantes e docentes de escolas públicas de Canoas, Brasil, se relacionam com o ambiente natural, investigando suas percepções sobre o conceito de natureza, seus níveis de conexão com a mesma e as formas como essas experiências e o sentimento de pertencimento se manifestam no cotidiano, por meio de comportamentos ecológicos. Utilizou-se a abordagem metodológica qualitativa e a análise de conteúdo categorial de Bardin para agrupar as respostas obtidas. Os instrumentos aplicados foram (1) entrevistas semiestruturadas com estudantes sobre atividades de tempo livre e conceito de natureza; (2) escala pictórica de conexão com a natureza (INS); e (3) entrevistas semiestruturadas com cinco docentes. Participaram do estudo 182 estudantes do ensino fundamental, com faixa etária entre 09 e 15 anos de idade. A partir dos resultados, constatou-se que os estudantes e docentes se sentem conectados com a natureza, valorizando atividades pedagógicas que permitam o contato com o ambiente natural, no entanto, é importante incentivar uma conexão mais complexa que estimule o comportamento ecológico e a proteção ambiental.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Isadora Casal Dalla Lasta, Universidad La Salle

Graduanda em Psicologia e bolsista de Iniciação Científica do CNPq. Coopera no LIPPA - Laboratório de Intervenção e Pesquisa em Psicologia Ambiental.

Eduarda Luiza Freitas Oliveira, Universidad La Salle

Estudante de Psicologia. É bolsista de iniciação científica do CNPq e do PET-SAÚDE no SUS (Programa de Educação no Trabalho em Saúde). É voluntária em iniciação científica no LIPPA, Laboratório de Intervenção e Pesquisa em Psicologia Ambiental da Universidade La Salle, Brasil.

Thainá Sanhudo de Oliveira, Universidad La Salle

Estudante de Psicologia pela Universidade La Salle, Brasil. Bolsista do CNPq e no PET-SAÚDE no SUS (Programa de Educação pelo Trabalho para a Saúde). Colabora como Voluntária no LIPPA - Laboratório de Intervenção e Pesquisa em Psicología Ambiental.

Luan Paris Feijó, Universidad La Salle

Doutor em Psicologia, especialista em Psicologia Clínica, Teoria Psicanalítica e Neuropsicopedagogia. Psicólogo e Bacharel em Ciências Humanas - Formação Pedagógica. Professor da Unilasalle (Canoas). Membro da Sociedade de Pesquisa em Psicoterapia (SPR - Capítulo Latino-Americano), da Rede Latino-Americana de Pesquisa em Psicoterapia (Psicoterapia e Mudança) e da Sociedade Brasileira de Psicologia (SBP).

Claudia Marcia Lyra Pato, Universidade de Brasilia (UnB), Brasil.

Pós-doutorado em Psicologia Ambiental. Professora Faculdade de Educação, Universidade de Brasilia, Brasil.

Camila Bolzan de Campos, Universidad La Salle

Pós-doutorado na UFRGS, com bolsa Docfix (Capes/Fapergs). Doutora em Psicologia Social, Especialista em Formación y Desarrollo del Capital Humano, Graduada em Psicologia. Docente da Unilasalle (Canoas) e Pesquisadora do PPGSDH da Unilasalle.

Referências

Bardin, L. (2016). Análise de Conteúdo. Lisboa: Edições 70.

Bronfenbrenner, U. (2011). Bioecologia do Desenvolvimento Humano: Tornando os seres humanos mais humanos. Porto Alegre: Artmed.

Bourscheid, S., & Turcatto, J. (2017). A importância do brincar no desenvolvimento infantil. Centro Universitário FAI.

Cribb, S. L. S. P. (2010). Contribuições da educação ambiental e horta escolar na promoção de melhorias ao ensino, à saúde e ao ambiente. REMPEC – Ensino, Saúde e Ambiente, 3(1), 42-60.

Dulley, R. D. (2004). Natureza e cultura: Uma relação dialética (2ª ed.). EdUFSCar.

Dunlap, R. E. (2008). The new environmental paradigm scale: From marginality to worldwide use. The Journal of Environmental Education, 40(1), 3–18. https://doi.org/10.3200/JOEE.40.1.3-18

Dúran, M. E. (2002). Psicología ambiental: Uma introdução (2ª ed.). Pirámide.

Dutra, G. K. M., & Higuchi, M. I. G. (2018). Environmental perceptions of children who live in degraded spaces in the Amazon. Ambiente & Sociedade, 21, e00871. https://doi.org/10.1590/1809-4422asoc0097r1vu18L3AO

Elali, G. A. (2003). O ambiente da escola - o ambiente na escola: Uma discussão sobre a relação escola-natureza em educação infantil. Estudos de Psicologia (Natal), 8(2), 309–319. https://doi.org/10.1590/S1413-294X2003000200013

Erikson, E. H. (1963). Childhood and society (2nd Ed.). New York: Norton.

Farias, A. C. (2017). O olhar infantil: Como crianças de duas escolas natalenses percebem as mudanças climáticas globais (Dissertação de Mestrado). Universidade Federal do Rio Grande do Norte.

Fiorillo, C. A. P. (2012). Direito ambiental e sustentabilidade (4ª ed.). Revista dos Tribunais.

Franco, N. G., Machado, J. B., & Ourique, M. L. H. (2018). A importância do brincar ao ar livre. Universidade Federal do Pampa.

García-Mira, R. (2002). Desarrollo sostenible y calidad de vida. Ediciones Pirámide.

Gil, A. C. (2002). Como elaborar projetos de pesquisa (4ª ed.). Atlas.

Gonçalves, T. M., & Oliveira, R. V. (2019). O espaço sociofísico da escola como facilitador das relações no ambiente escolar: Um estudo de psicologia ambiental. Revista Tecnologia e Ambiente, 25, 2358-9426. https://doi.org/10.18616/ta.v25i0.5276

Hachler, K. R. (2022). Desemparedamento das Infâncias: Possíveis relações com a Educação Física escolar e a Educação Infantil (Trabalho de Conclusão de Curso). Universidade Federal do Rio Grande do Sul.

Higuchi, M. I. G., & Calegare, M. G. A. (2013). Percepções dos comunitários sobre a floresta amazônica, áreas verdes e manejo florestal. In M. I. G. Higuchi, C. C. Freitas, & N. Higuchi (Eds.), Morar e viver em unidades de conservação do Amazonas: Considerações socioambientais para os planos de manejo (pp. 213–232). Manaus: Edição dos Autores.

Higuchi, M. I. G., Paz, D. T., & Zacarias, E. F. J. (2022). Connection with nature in children's reference adults. Ambiente & Sociedade, 25, e00131. https://doi.org/10.1590/1809-4422asoc20200013r1vu2022L2OA

James, J. J., & Williams, T. (2017). School-based experiential outdoor education: A neglected necessity. Journal of Experiential Education, 40(1), 58–71. https://doi.org/10.1177/1053825916676190

Kaiser, F. G. (1999). Ecological behavior and the structure of social contexts. Environment and Behavior, 31(2), 179–201.

Karp, D. G. (1996). Values and their effect on pro-environmental behavior. Environment and Behavior, 28(1), 111–133. https://doi.org/10.1177/0013916596281006

Larson, L. R., Szczytko, R., Bowers, E. P., Stephens, L. E., Stevenson, K. T., & Floyd, M. F. (2018). Outdoor time, screen time, and connection to nature: Troubling trends among rural youth? Environment and Behavior, 51(8), 966–991. https://doi.org/10.1177/0013916518806686

Lima, A. M., & Oliveira, H. T. (2011). A (re)construção dos conceitos de natureza, meio ambiente e educação ambiental por professores de duas escolas públicas. Ciência & Educação (Bauru), 17(2), 321–337. https://doi.org/10.1590/S1516-73132011000200005

Lima, D. M. A., Bomfim, Z., & Áurea, C. (2010). Vinculação afetiva pessoa-ambiente: Diálogos na psicologia comunitária e psicologia ambiental. Psico, 40(4).

Lumber, R., Richardson, M., & Sheffield, D. (2017). Beyond knowing nature: Contact, emotion, compassion, meaning, and beauty are pathways to nature connection. PLoS ONE, 12(5), e0177186. https://doi.org/10.1371/journal.pone.0177186

Machado, I. L. de O., & Garrafa, V. (2020). Proteção ao meio ambiente e às gerações futuras Desdobramentos e reflexões bioéticas. Saúde em Debate, 44(124), 263–274. https://doi.org/10.1590/0103-1104202012419

Marin, A. H., Schaefer, M. P., Lima, M., Rolim, K. I., Fava, D. C., & Feijó, L. P. (2021). Delineamentos de pesquisa em psicologia clínica: Classificação e aplicabilidade.

Psicologia: Ciência e Profissão, 41, e221647. https://doi.org/10.1590/1982-3703003221647

Martins, E., & Szymanski, H. (2004). A abordagem ecológica de Urie Bronfenbrenner em estudos com famílias. Estudos e Pesquisas em Psicologia, 4(1).

Melo, R. G. C. (1991). Psicologia ambiental: Uma nova abordagem da psicologia. Psicologia USP, 2(1-2), 85–103.

Migliari, R. (2001). Educação ambiental e cidadania. Cortez.

Nisbet, E. K. L., Zelenski, J. M., & Murphy, S. A. (2011). Happiness is in our nature: Exploring nature relatedness as a contributor to subjective well-being. Journal of Happiness Studies, 12, 303–322. https://doi.org/10.1007/s10902-010-9197-7

Nisbet, E. K., & Zelenski, J. M. (2011). Underestimating nearby nature: Affective forecasting errors obscure the happy path to sustainability. Psychological Science, 22(9), 1101–1106. https://doi.org/10.1177/0956797611418527

Nogueira-Martins, M. C. F., & Bógus, C. M. (2004). Considerações sobre a metodologia qualitativa como recurso para o estudo das ações de humanização em saúde. Saúde e Sociedade, 13(3), 44–57. https://doi.org/10.1590/S0104-12902004000300006

Pato, C., & Tamayo, A. (2006). Valores, Creencias Ambientales y Comportamiento Ecológico de Activismo. Medio Ambiente y Comportamiento Humano, 7(1), 51-66.

Paz, D. T., Zacarias, E. F. J., & Higuchi, M. I. G. (2022). Connection with nature in children's reference adults. Ambiente & Sociedade, 25, e00131. https://doi.org/10.1590/1809-4422asoc20200013r1vu2022L2OA

Pires, P., Ribas Junior, R. de C., Lemos, D. C. L., & Filgueiras, A. (2014). Ecocentrismo e comportamento: Revisão da literatura em valores ambientais. Psicologia em Estudo, 19(4), 611–620. https://doi.org/10.1590/1413-73722201204

Riesle, Y. (2002). Educação ambiental e desenvolvimento sustentável. Narcea.

Schultz, P. W. (2002). The structure of environmental concern: Concern for self, other people, and the biosphere. Journal of Environmental Psychology, 21(4), 327–339.

Tamaio, I. (2002). O professor e a educação ambiental: A mediação como princípio educativo (Tese de Doutorado). Universidade de São Paulo.

Trope, Y., & Liberman, N. (2010). Construal-level theory of psychological distance. Psychological Review, 117(2), 440–463. https://doi.org/10.1037/a0018963

Van Lange, P. A. M., & Huckelba, A. L.(2021). Psychological distance: How to make climate change less abstract and closer to the self. Current Opinion in Psychology, 42, 49–53. https://doi.org/10.1016/j.copsyc.2021.03.011

Vygotsky, L. S. (1987). A formação social da mente. Martins Fontes.

Vygotsky, L. S. (1997). Educational Psychology. St. Lucie Press.

Vygotsky, L. S. (2003). Psicologia Pedagogica. Artmed.

Wilson, E. O. (1984). Biophilia. Harvard University Press.

Zylstra, M. J., Knight, A. T., Esler, K. J., & Le Grange, L. L.(2014). Connectedness as a core conservation concern: An interdisciplinary review of theory and a call for practice. Springer Science Reviews, 2(1-2), 119-143. https://doi.org/10.1007/s40362-014-0021-3

Downloads

Publicado

2025-09-27

Como Citar

Casal Dalla Lasta, I., Freitas Oliveira, E. L., Sanhudo de Oliveira, T., Feijó, L. P., Lyra Pato, C. M., & Bolzan de Campos, C. (2025). Conexão com a natureza em estudantes e docentes de escolas municipais de educação básica em Canoas, Brasil. Revista CES Psicología, 18(3), 72–85. https://doi.org/10.21615/cesp.7719

Edição

Seção

Artículos Originales