Sintomas de ansiedade e depressão em profissionais da enfermagem: estudo descritivo e inferencial
DOI:
https://doi.org/10.21615/cesp.7180Palavras-chave:
ansiedade, depressão, enfermagem, saúde mental, saúde ocupacionalResumo
A atuação na área da saúde tende a ser caracterizada geralmente pela alta exposição a situações e fatores percebidos como estressores pelos trabalhadores, podendo corroborar para o adoecimento psíquico. Esse estudo transversal teve como objetivo avaliar a presença de sintomas de ansiedade e depressão em 584 profissionais da enfermagem, assim como verificar possíveis diferenças de médias de respostas entre grupos formados com base em diversas variáveis sociodemográficas e ocupacionais, avaliar as correlações e realizar análises preditivas em relação aos sintomas. Foram aplicados os seguintes instrumentos: questionário sociodemográfico e laboral, a Escala Baptista de Depressão (versão adulto) – EBADEP-A e a Escala de Ansiedade Cognitiva (versão adulto) – ECOGA. Verificou-se que a maioria dos trabalhadores não apresentou altos sintomas de ansiedade e depressão. Mulheres apresentaram maior presença de sintomas de ansiedade e depressão; profissionais com até 30 anos e que atuavam no período de até 10 anos sinalizaram maiores médias de ansiedade; trabalhadores com dupla jornada referiram maiores sintomas de depressão. O modelo com melhor capacidade preditiva para os sintomas depressivos incluiu as variáveis menor idade, ser do sexo feminino, ter maior carga diária de trabalho e possuir mais de um vínculo empregatício. Maior percepção de sintomas de ansiedade foi mais bem explicada pelas variáveis ser mais jovem e do sexo feminino. Conclui-se que fatores sociodemográficos e laborais devem ser levados em consideração ao propor estratégias de prevenção em saúde mental com profissionais da enfermagem, em especial no que tange às sintomatologias de depressão e ansiedade.
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Revista CES Psicología ISSN 2011 3080
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