A importância da gramática dos afetos na aprendizagem
DOI:
https://doi.org/10.21615/cesp.5067Palavras-chave:
afetos, autorregulação da aprendizagem, relação pedagógicaResumo
O presente artigo teve por objetivo fazer uma abordagem de reflexão sobre a importância dos afetos na prática pedagógica, com o intuito de potenciar uma educação mais emotiva. Na perspetiva educativa, espera-se que a escola, na sua praxis nos diferentes espaços de ensino, consiga promover uma aprendizagem de excelência através de processos em que o aluno se aproprie, de forma autorregulada, dos conteúdos cognitivos. Tendo como referencial de abordagem as teorias de Vygotsky e Wallon, este contributo reflexivo realça a abrangência e pertinência para que este tema faça parte da agenda profissional de todos os que se dedicam à educação, com o objetivo de promover uma convivência de plena afetividade no processo de ensino e aprendizagem. Os comportamentos e atitudes são a essência na relação pedagógica e conferem um enorme impacto afetivo nos alunos, positivo ou negativo, dependendo da forma como essas interações são vivenciadas. Tendo em consideração a essencialidade da autorregulação da aprendizagem em contexto escolar, poder-se-á concluir que o afeto é o principal pilar da relação pedagógica, constituindo uma dimensão imprescindível na e para a educação de uma sociedade futura mais emotiva.
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