Autogerenciamento: Uma interpretação analítico-comportamental
DOI:
https://doi.org/10.21615/cesp.5234Palavras-chave:
autogoverno, autogestão, análise do comportamento, classes de comportamentos, processo comportamentalResumo
Autogerenciamento é um fenômeno que, apesar de presente em várias dimensões da vida humana, carece ainda de definição precisa. É possível identificar variados conceitos e utilizações do termo em diferentes áreas do conhecimento. O presente estudo objetivou sistematizar o conceito de autogerenciamento a partir de literatura científica de diferentes áreas do conhecimento e, com base nisso, propor uma definição analítico-comportamental do fenômeno. Para isso, foi realizada busca bibliográfica em seis bases de dados, sendo selecionados 31 artigos de diferentes áreas de estudo que continham informações sobre a definição do conceito e comportamentos relacionados a autogerenciamento. Foram excluídos textos referentes a autogerenciamento em nível coletivo, de equipes ou grupos sociais. Nove categorias de definições de conceito e 26 categorias de comportamentos foram identificadas a partir dos estudos analisados. Observou-se que o autogerenciamento é um fenômeno complexo, que envolve uma série de comportamentos como autocontrolar, autoconhecer, autorreforçar e estabelecer objetivos. Caracteriza-se como um processo comportamental no qual o indivíduo manipula as variáveis das quais seu comportamento é função de forma a aumentar a probabilidade de se comportar de maneira a atingir seu comportamento-alvo e obter reforço subsequente. A sistematização do conceito possibilita melhor compreensão do fenômeno para futuras pesquisas em autogerenciamento.
Downloads
Referências
Bandura, A. (2012). Cultivate self-efficacy for personal and organizational effectiveness. In E. A. Locke (Ed.), Handbook of principles of organizational behavior: Indispensable knowledge for Evidence-Based Management (pp. 179-200). New York: Wiley.
Barker, J. (1993). Tightening the iron cage: Concertive control in self-managing teams. Administrative Science Quarterly, 38(3), 408-437. Recuperado de https://www.jstor.org/stable/2393374?origin=JSTOR-pdf&seq=1#metadata_info_tab_contents
Bordignon-Luiz, F., & Botomé, S. P. (2017). Avaliação de objetivos de ensino de História a partir da contribuição da Análise do Comportamento. Acta Comportamentalia, 25(3), 329-346. Recuperado de http://www.revistas.unam.mx/index.php/acom/article/view/61630/54289
Botomé, S. P. (1977/2011c). Análise de objetivos terminais: Uma proposta de procedimento. In A. L., Cortegoso & D. S,
Coser. Elaboração de programas de ensino: Material autoinstrutivo (pp.80-124). São Carlos: EdUFSCar.
Breevaart, K., Bakker, A. B., & Demerouti, E. (2014). Daily self-management and employee work engagement. Journal of Vocational Behavior, 84(1), 31–38. https://doi.org/10.1016/j.jvb.2013.11.002
Briesch, A. M., & Chafouleas, S. M. (2009). Review and analysis of literature on self-management interventions to promote appropriate classroom behaviors (1988-2008). School Psychology Quarterly, 24(2), 106–118. https://doi.org/10.1037/a0016159
Catania, A. C. (1999). Aprendizagem: Comportamento, linguagem e cognição (4ª ed., D.G. de Souza et al., Trads.). Porto Alegre: Artmed.
Cheng, Y. C., & Cheung, W. M. (2003). Profiles of multi-level self-management in schools. International Journal of Educational Management, 17(3), 100–115. https://doi.org/10.1108/09513540310467796
Christian, L., & Poling, A. (1997). Using self-management procedures to improve the productivity of adults with developmental disabilities in a competitive employment setting. Journal of Applied Behavior Analysis, 30(1), 169–172. https://doi.org/10.1901/jaba.1997.30-169
Edward, K. leigh, Cook, M., & Giandinoto, J. A. (2015). An integrative review of the benefits of self-management interventions for adults with epilepsy. Epilepsy and Behavior, 45, 195–204. https://doi.org/10.1016/j.yebeh.2015.01.026
Epstein, R. (1997). Skinner as self-manager. Journal of Applied Behavior Analysis, 30(3), 545–568. https://doi.org/10.1901/jaba.1997.30-545
Ferreira L.B., & Andrade, A. (2014). Preditores da carreira proteana: Um estudo com universitários. Revista Brasileira de Orientação Profissional, 15(2), 153-163. Recuperado de http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1679-33902014000200006&lng=pt&tlng=pt
Fontenelle, I. A. (2007). A auto-gestão de carreira chega à escola de administração: o humano se tornou capital? Organizações & Sociedade, 14(43), 71–89. https://doi.org/10.1590/S1984-92302007000400004
Frayne, C. A., & Geringer, J. M. (2000). Self-management training for improving job performance: A field experiment involving salespeople. Journal of Applied Psychology, 85(3), 361–372. https://doi.org/10.1037/0021-9010.85.3.361
Fritz, J. N., Iwata, B. A., Rolider, N. U., Camp, E. M., & Neidert, P. L. (2012). Analysis of self-recording in self-management interventions for stereotypy. Journal of Applied Behavior Analysis, 45(1), 55–68. https://doi.org/10.1901/jaba.2012.45-55
Gureasko-Moore, S., DuPaul , G. J. & White, G.P. (2007). Self-Management of classroom preparedness and homework: Effects on school functioning of adolescents with attention deficit hyperactivity disorder. School Psychology Review, 36(4), 647-664. https://doi.org/10.1080/02796015.2007.12087923
Karoly, P. (1999). A goal systems-self-regulatory perspective on personality, psychopathology, and change. Review of General Psychology, 3(4), 264–291. https://journals.sagepub.com/doi/10.1037/1089-2680.3.4.264
Kienen, N. (2008). Classes de comportamentos profissionais do psicólogo para intervir, por meio de ensino, sobre fenômenos e processos psicológicos, derivadas a partir das diretrizes curriculares, da formação desse profissional e de um procedimento de decomposição de comportamentos complexos (Tese de Doutorado). Recuperado de https://repositorio.ufsc.br/handle/123456789/92016
Kienen, N., Kubo, O. M., & Botomé, S. P. (2013). Ensino programado e programação de condições para o desenvolvimento de comportamentos: Alguns aspectos no desenvolvimento de um campo de atuação do psicólogo. Acta Comportamentalia, 21(4), 481-494. Recuperado de http://www.revistas.unam.mx/index.php/acom/article/view/43611
Kirkman, B., & Rosen, B. (1999). Beyond self-management: Antecedents and consequences of team empowerment. The Academy of Management Journal, 42(1), 58-74. Recuperado de https://www.jstor.org/stable/256874?origin=JSTOR-pdf&seq=1
Koegel, R. L., & Koegel, L. K. (1990). Extended reductions in stereotypic behavior of students with autism through a self-management treatment package. Journal of Applied Behavior Analysis, 23(1), 119–127. https://doi.org/10.1901/jaba.1990.23-119
Laville, C., & Dionne, J. (1999). A construção do saber: Manual de metodologia da pesquisa em ciências humanas. Porto Alegre: Editora Artes Médicas Sul Ltda.; Belo Horizonte: Editora UFMG.
Lorig, K R., & Holman, H. R. (2003). Self Management Education: History, definition, outcomes and mechanisms. Annals of Behavioral Medicine, 26(1), 1–7. https://doi.org/10.1207/S15324796ABM2601_01
Loureiro, I., Taveira, M. de N., & Faria, L. (2013). Career intervention for self-management and entrepreneurship. The International Journal of Management Science and Information Technology, (7), 34–50. Recuperado de https://www.econstor.eu/handle/10419/97871
Luiz, E. C. (2008). Classes de comportamentos componentes da classe "Projetar a vida profissional" organizadas em um sistema comportamental (Dissertação de Mestrado) Recuperado de https://repositorio.ufsc.br/handle/123456789/90921
MichelatoYoshiy, S., & Kienen, N. (2018). Gerenciamento de tempo: Uma interpretação analítico-comportamental. Psicologia da Educação, 47, 67-77. https://doi.org/10.5935/2175-3520.20180019
Nale, N. (1998). Programação de Ensino no Brasil: O Papel de Carolina Bori. Psicologia USP, 9(1), 275-301. https://doi.org/10.1590/S0103-65641998000100058
Nascimento, A. R., & Gusso, H. L. (2017). Classes de comportamentos profissionais de pais sociais identificadas em literatura por meio de análise comportamental. Interação em Psicologia, 21(1), 39-54. https://dx.doi.org/10.5380/psi.v21i1.46287
Nascimento, L.S. , Gutierrez, M.G.R., & Domenico, E.B.L., (2010). Programas educativos baseados no autogerenciamento: Uma revisão integrativa. Revista Gaúcha de Enfermagem, 31(2), 375–382. http://dx.doi.org/10.1590/S1983-14472010000200024
Nico, Y. C. (2001). A contribuição de B. F. Skinner para o ensino do autocontrole como objetivo da educação. (Dissertação de Mestrado não publicada). Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, São Paulo-SP, Brasil.
Nico, Y., Leonardi, J. L, & Zeggio, L. (2016). A depressão como fenômeno cultural na sociedade pós-moderna: parte 1 - um ensaio analítico comportamental dos nossos tempos. Recuperado de https://gedacmt.files.wordpress.com/2018/09/a-depressc3a3o-como-fenc3b4meno-cultural-na-sociedade-pc3b3s-moderna-nico-leonardi-zeggio-2016.pdf
Nolte, S., Elsworth, G. R., Sinclair, A. J., & Osborne, R. H. (2007). The extent and breadth of benefits from participating in chronic disease self-management courses: A national patient-reported outcomes survey. Patient Education and Counseling, 65(3), 351–360. https://doi.org/10.1016/j.pec.2006.08.016
Oliveira, M. Z., Zanon, C., Silva, I. S., Pinhatti, M. M., Gomes, W. B., & Gauer, G. (2009). Avaliação do autogerenciamento e do direcionamento de carreira: Estrutura fatorial da escala de atitudes de carreira proteana. Gerais: Revista Interinstitucional de Psicologia, 2(2), 160-169.
Oliveira, M. Z., & Gomes, W. B. (2014). Estilos reflexivos e atitudes de carreira proteana e sem fronteiras nas organizações contemporâneas brasileiras. Revista Psicologia: Organizações e Trabalho, 14(1), 105–118. Recuperado de http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1984-66572014000100009
Organização Mundial da Saúde. (2003). Cuidados inovadores para condições crônicas: Componentes de ação relatório mundial [Internet]. Brasília. Recuperado de https://www.who.int/chp/knowledge/publications/icccportuguese.pdf
Peterson, L.D., Young, K.R., Salzberg, C.L., West, R.P., & Hill, M. (2006). Using Self-Management procedures to improve classroom social skills in multiple general education settings. Education and Treatment of Children, 29(1), 1-21. Recuperado de https://www.jstor.org/stable/i40111050
Skinner, B. F. (1961). The design of cultures. The MIT Press, 90(3), 534-546.
Skinner, B. F. (1963). Behaviorism at fifty. Science, 140(3570), 951-958.
Skinner, B. F. (1968). The technology of teaching. New York: Appleton-Century-Crofts.
Skinner, B. F. (1971). Beyond freedom and dignity. New York: Alfred A. Knopf.
Skinner, B. F. (1982). Sobre o behaviorismo. São Paulo: Cultrix. (Obra original publicada em 1974).
Skinner, B. F. (1983). Intellectual self-management in old age. American Psychological Association, 239-244.
Skinner, B. F. (1989). Whatever happened to psychology as a science of behavior? Recent issues in the analisys of behavior (pp. 59-72). Columbus, OH: Merrill. (Obra original publicada em 1987).
Skinner, B. F. (2003). Ciência e comportamento humano. (J. C. Todorov & R. Azzi, Trad.). São Paulo: Martins Fontes. (Obra original publicada em 1953).
Skinner, B. F., & Vaughan, M. E. (1983). Enjoy old age: A program of self-management. New York: Warner Books.
Souza, E. J., & Kubo, O. M. (2010). Características dos componentes da classe geral denominada comportamento criativo identificadas a partir da literatura da Análise do Comportamento. Acta Comportamentalia, 18(1), 107-134. Recuperado de http://www.revistas.unam.mx/index.php/acom/article/view/18170
Stahmer, A. C., & Schreibman, L. (1992). Teaching children with autism appropriate play in unsupervised environments using a self-management treatment package. Journal of Applied Behavior Analysis, 25(2), 447–459.
Uhl-Bien, M., & Graen, G. B. (1998). Individual self-management: Analysis of professionals’ self-managing activities in functional and cross-functional work teams. Academy of Management Journal, 41(3), 340–350. https://doi.org/10.2307/256912
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2021 CES Psicología

Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution-NonCommercial-ShareAlike 4.0 International License.
Revista CES Psicología ISSN 2011 3080
Facultad de Psicología, Universidad CES Primera edición 2008. Última actualización Mayo 29 de 2024. Todos los derechos reservados. Hecho el depósito legal que exige la ley.
Se autoriza la reproducción total o parcial de los artículos citando la fuente y el autor. This publication may be reproduced by mentioning the source and the authors.
Métricas do artigo | |
---|---|
Vistas abstratas | |
Visualizações da cozinha | |
Visualizações de PDF | |
Visualizações em HTML | |
Outras visualizações |